O que lê uma feminista? - gênero, universidade e profissão docente na biblioteca de Heleieth Saffioti
DOI:
https://doi.org/10.51438/2313-9277.2025.26.2.e064Palavras-chave:
Acervo de professores, Profissão docente, História da EducaçãoResumo
Este artigo tematiza aspectos da história da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (parte da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de Araraquara - SP/Brasil) pela via da análise da biblioteca pessoal de uma das primeiras docentes do curso de Ciências Sociais da instituição. Busca, portanto, mapear temáticas de interesse e a recorrência de marcas de leitura nos livros sobre educação presentes em seu acervo pessoal, bem como tensionar o seu processo de institucionalização junto à universidade pública. Para tanto, se ampara em veios já abertos pelos estudos históricos, pela Arquivologia e pela História da Educação ao entender tal biblioteca pessoal e seu processo de custódia como indiciários não somente de parte da história da universidade, mas da narrativa que a instituição buscou construir a seu respeito pela via da constituição de seu acervo. Em lugar de considerações finais, faz ver a institucionalização deste acervo pessoal como um dos mecanismos utilizados pela Universidade para patrimonializar alguns aspectos específicos de sua história.
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